A
castidade é uma virtude para todos, porque todos têm necessidade de amar de
maneira verdadeira.
Já
o celibato, como estilo de vida, é pedido apenas aos candidatos ao sacerdócio e
à vida consagrada religiosa: é uma forma particular de castidade que favorece
uma união mais profunda ao Senhor e uma doação universal.
Mas
afinal, existe diferença entre castidade e celibato? Sim. Existe diferença.
O
QUE É A CASTIDADE?
A
castidade é a virtude que protege o amor do egoísmo e o ajuda a ser puro. Sendo
assim, todos têm necessidade da castidade, pois a tentação de voltar-se para si
mesmo é contínua. Para a Igreja, a castidade é sinônimo de pureza no amor.
Se
a castidade é isso, então podemos compreender por que todos nós precisamos ser
castos. Todas as pessoas sentem a necessidade de amar de maneira pura, evitando
que seus atos e comportamentos sejam uma falsificação do amor verdadeiro, do
amor que é doado de forma gratuita.
Não
podemos nos esquecer da nossa tendência a considerar o outro como objeto de
prazer. Em outras palavras, a nossa capacidade de amar é ameaçada por aquela
realidade que São João chama de “concupiscência da carne” (2 Jo 2, 16).
A
castidade é aquela liberdade interior que permite que um jovem, livre da
escravidão da concupiscência, se torne dom de maneira pura.
Tudo
isso comporta uma luta: a recusa de certos pensamentos, a superação da tentação
de deixar-se levar pela pornografia, que sempre causa devastação interior,
dependência, escravidão.
A
castidade envolve também a remoção de ações que profanam o corpo humano e levam
a desordens no mais profundo da pessoa.
O
Catecismo da Igreja Católica ensina que “a castidade implica uma aprendizagem
do domínio de si, que é uma pedagogia da liberdade humana” (CaIC 2339).
Logo
depois, afirma claramente: “A alternativa é clara: ou o homem comanda as suas
paixões e alcança a paz, ou se deixa dominar por elas e torna-se infeliz” (CaIC
2339), referindo-se a Eclesiástico 1, 28: “A violência de sua paixão causará
sua ruína”.
Inclusive
as pessoas casadas, de outra maneira, são chamadas a viver a pureza do amor,
para defendê-lo das suas possíveis imitações. Neste sentido, a Igreja afirma
que certas práticas dentro do matrimônio não são atos de amor, e sim perigosas
para o próprio amor.
O
QUE É O CELIBATO?
Quando
a Igreja fala de celibato, refere-se ao celibato sacerdotal e da Vida Religiosa
Consagrada. Isso significa manter o próprio coração indiviso para estar unido
ao Senhor sem distrações (1 Cor 7, 32) e para amar a todos com total dedicação
(1 Cor 9, 22).
O
sacerdote e o/a religioso/a consagrado/a são, por excelência, o homem e a
mulher de Deus: sua tarefa é estar unido a Deus para levar Deus aos homens e os
homens a Deus.
Além
disso, o sacerdote é ministro da Igreja, dentro da qual gasta todas as suas
energias para gerar almas para Cristo. Dessa maneira, o celibato permite que o
sacerdote exerça uma mais ampla paternidade em Cristo, para tornar-se
espiritualmente fecundo, pai e mãe de muitos.
Não
somente pai, mas também mãe: porque São Paulo fala de si mesmo como de uma mãe:
“Filhinhos meus, por quem de novo sinto dores de parto, até que Cristo seja
formado em vós…” (Gl 4,19).
Portanto,
a castidade é uma virtude que diz respeito a todos, porque todos têm
necessidade de amar de maneira autêntica.
Já
o celibato é uma forma particular de ser casto; é uma espécie de virgindade
permanente, porque a pessoa se abstém do casamento e do exercício da
sexualidade por motivos mais altos: para estar unida ao Senhor sem distrações e
por uma maternidade e paternidade mais amplas e espirituais.